quinta-feira, 17 de maio de 2012

Camboja - Khmer Kingdon





Geografia
O Camboja tem cerca de 181 040 km² de superfície e partilha uma fronteira de 800 km com a Tailândia no norte e ocidente, uma fronteira de 541 km com o Laos no nordeste e uma fronteira de 1 228 km com o Vietnã, no leste e sudeste. Tem 443 km de costa no golfo da Tailândia.

A principal característica topográfica do país é a planície lacustre formada pelas inundações do Tonle Sap (Grande Lago), que tem cerca de 2 590 km² de superfície durante a estação seca e 24 605 km² na estação das chuvas. Esta planície densamente povoada, dedicada ao cultivo de arroz, constitui o coração do Camboja. A maior parte (cerca de 75%) do país situa-se a menos de 100 m de altitude, sendo as únicas excepções as montanhas Cardamon (que culminam a 1 771 m), a sua extensão oriental, que se dispõe em sentido norte-sul, a cadeia Elefante (com altitudes que variam entre os 500 e os 1 000 m), e as escarpas alcantiladas das montanhas Dangrek (com uma altura média de 500 m), que se estendem ao longo da fronteira norte com a Tailândia.

As temperaturas variam entre os 10 °C e os 38 °C. O Camboja sofre o efeito das monções tropicais: a monção de sudoeste, que sopra do mar em direcção ao nordeste, traz ventos carregados de humidade do golfo da Tailândia e do oceano Índico entre Maio e Outubro, sendo o período de maior precipitação nos meses de Setembro e Outubro; a monção de nordeste, que sopra do interior para a costa, traz consigo a estação seca, de Novembro a Março, sendo Janeiro e Fevereiro os meses de menor precipitação.



Demografia
A população de Camboja passa dos catorze milhões de habitantes e a maior parte está formada pelo grupo étnico dos jemeres (khmer) de origem muito antiga e descendentes da velha civilização do país, procedente da Índia, que pertence ao grupo étnico-lingüístico mon-jemer (mon-Khmer). Esta civilização adaptou-se às primeiras culturas que povoaram a região, os mong, os cham e os tais. Quase a metade da população tem idade inferior a 15 anos. Pouco mais de 20% vivem em áreas urbanas e, portanto, a grande maioria da população vive em pequenas vilas na zona rural. Os khmers correspondem a 85,2% do povo cambojano, porém há muitas minorias étnicas, como os grupos cham, mnong e paong. Além disso, há imigrantes vietnamitas, chineses e laosianos. A capital do país, Phnom Penh, possui cerca de um milhão de habitantes.

Como o país foi colônia francesa durante o século passado ainda hoje se encontra pessoas que falam francês, assim como chinês e vietnamita, além do único idioma oficial, o khmer.




Religião no Camboja

Buddhism is the official religion of Cambodia.


Budismo Theravada é a religião oficial do Camboja, que é praticado por mais de 95% da população. A tradição budista Theravada existe em todas as províncias, com cerca de 4.392 templos e/ou mosteiros em todo o país. A grande maioria dos Khmers étnicos são budistas, e há estreita associação entre o budismo, tradições culturais, e da vida cotidiana. A adesão ao budismo em geral, é considerada intrínseca à identidade étnica e cultural do país. Religião no Camboja, incluindo o Budismo, foi suprimida pelo Khmer Vermelho durante a década de 1970 mas, desde então, experimentou um renascimento.O Islã é a religião da maioria dos Chams e minorias Malay no Camboja. A maioria dos muçulmanos são sunitas da escola Shafi'i e são altamente povoada na província de Kampong Cham. Atualmente, existem mais de 300.000 muçulmanos no país.Um por cento dos cambojanos são identificados como sendo cristão; deste, os católicos formam o maior grupo, seguidos pelos protestantes.  atualmente 20.000 católicos no Camboja o que representa apenas 0,15% da população total. Outras denominações cristãs incluem batistas, a Aliança Cristã e Missionária, metodistas, testemunhas de Jeová, pentecostais ou Apostólicas Unidos, e A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.


A beleza escondida do Camboja 




Faces de pedra: verdadeiros guardiões da antiga capital Khmer.

Apesar das dificuldades, o Camboja tenta se reconstruir. Para tanto, o país aposta o seu futuro na grandeza de seu passado. Angkor, no oeste do Camboja, é uma das grandes realizações da Humanidade. Há mais de mil anos desenvolveu-se nesta região dominada pelo grande lago de Tonle Sap (um dos mais piscosos do mundo) um reino que se tornaria o maior do sudeste asiático.

O Império Khmer estruturou-se sobre uma base social bem definida, o poder centralizado nas mãos de homens poderosos, verdadeiras divindades. A autoridade destes imperadores permitiu a mobilização de uma massa gigantesca de trabalhadores para a realização de obras grandiosas, como o sistema de canais para irrigação e a construção de suntuosos prédios públicos.

Durante 2 dias inteiros percorremos a imensidão de Angkor para conhecer a antiga capital Khmer. As imagens talhadas nas paredes dos templos por artesãos-escravos impressionam a todos. As misteriosas faces de pedra figuram como guardiões eternos dos santuários idealizados pelos imperadores Jayavarman e Suryavarman.

Após o declínio do Império Khmer, Angkor foi abandonada pelos antigos habitantes, vindo a ser "engolida" pelas florestas tropicais do país durante 200 anos. Somente no século XX a antiga capital foi resgatada das "entranhas" da mata pelos arqueólogos, revelando toda a sua beleza. Mesmo assim, o passado ancestral e glorioso do povo Khmer contrasta com a história recente e trágica do Camboja.

Os turistas são aconselhados a não visitar sozinhos os sítios arqueológicos mais distantes em razão da grande quantidade de minas terrestres espalhadas pelos campos e florestas. Volta e meia nos deparamos com crianças e adultos presos a cedeiras-de-roda em razão de membros dilacerados por explosivos.

Mas a relativa estabilidade política que o país tem desfrutado nos últimos anos colocou o Camboja na rota dos viajantes que se aventuram pelo Sudeste Asiático. Boa notícia para os pesquisadores, que poderão formular as suas teorias sobre o apogeu e declínio dos grandes impérios da Humanidade caminhando, tranquilamente, pelas alamedas milenares de Angkor.




Revelações de um país destruído pela guerra



Campos da morte de Phnom Phen. Milhões de pessoas foram massacradas durante regime.

O Camboja é um país destruído pela guerra, dizimado pela tirania de governantes sanguinários e pela doença trazida pelos ocidentais. O domínio francês na Indochina deixou a sua marca na arquitetura colonial de Phnom Phen e de Battambang (segunda maior cidade do país) e nas baguetes com queijo tradicionalmente servidas nos cafés da manhã da região.

A lógica cruel da Guerra Fria transformou o Camboja num verdadeiro campo de batalha. A imposição de governos fantoches e a existência de guerrilhas patrocinadas pelas grandes potências resultou na instalação de um regime de terror em 1975, representado pelo Khmer Rouge e pelo seu líder Pol Pot. Mais de 2 milhões de cambojanos foram mortos pelos carniceiros maoístas do Khmer Rouge. A elite cultural e educada do país foi aniquilada sob a acusação de ser "agente dos capitalistas".

Os famigerados Campos da Morte onde pilhas de crânios compoem um emocionante mausoléu aos mortos. O armistício de 1993 trouxe esperança ao país, além de inúmeros integrantes de Organizações Não Governamentais e representantes da ONU. Os ocidentais foram ao Camboja para resolver um problema, mas levaram outro: o excesso de dólares - e de hormônios provocaram o desenvolvimento da prostituição e, com ela, o aparecimento do HIV.

Segundo estatísticas da Organização Médicos Sem Fronteiras, mais de 50% das prostitutas cambojanas são portadoras do vírus da AIDS. Visitamos uma instituição chamada Daughters of Cambodia que  é um ONG que tira da prostituição jovens e crianças forçadas muitas vezes pelas famílias a se prostituírem e dão a elas uma nova vida através do artesanato ensinando uma profissão e abrigando-as quando necessário.



Veja Mais aqui: Daughters of Cambodia


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NOTA: alguns dos textos utilizados aqui em nosso blog referentes ao Camboja são de autoria de Henry Daniel Ajl  - Formado em Direito e em Jornalismo, Henry passou boa parte de seus 27 anos viajando pelos mais distantes pontos da Terra. Retornou há pouco tempo de uma jornada de 14 meses pelo continente asiático (Projeto "Um Giro pela Ásia - Visões do Oriente").

Se você quiser mais informações sobre Henry, pode entrar em contato pelo email henryajl@terra.com.br.


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